Mães parecem irmãs de suas filhas

Mesmo com diferenças de idade, o tempo parece não passar para algumas mães, que são confundidas como irmãs das suas filhas. O termo “irmães”, que ganhou vida na internet, significa que além da aparência física, as mães também estão mais próximas do universo dos filhos. E para saber como lidar com essa relação, a psicóloga Luciane Mina, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, ensina como manter esse relacionamento saudável.
Michelle Kropf, 37 anos, é 24 anos mais velha que Maria Eduarda Kropf, que tem 13 anos, as duas se divertem quando são abordadas na rua por desconhecidos que acham que elas são irmãs.
“Elas (as pessoas que perguntam) ficam surpresas e praticamente 99% falam que parecemos irmãs. Elas não acreditam que somos mãe e filha. É ótimo por que eu sempre quis ter uma irmã mais velha”, brinca Duda, ressaltando que a relação entre as duas é de cumplicidade.
“É muito boa, como se fosse uma relação entre irmãs mesmo, ela me ajuda em várias coisas minhas, e temos também momentos como se fossemos duas crianças, momentos engraçados como qualquer mãe tem com a filha, como se fossemos irmãs mesmo", se orgulha.
Para Michelle, ouvir que ela parece ser a irmã da filha é um elogio e tanto. “Todo dia que eu saio com ela eu escuto que parecemos irmães e não mãe e filha. A gente fica bobinha né, porque o tempo vai passando e as pessoas dizem que a gente parece irmã, é muito bom”, admite Michelle.
Para a jornalista Daniela Abreu, de 38 anos, mãe de Carolina Maia, de 18, a reação de surpresa das pessoas é motivo de muita diversão, e claro de valorizar o ego também.
“A reação é sempre a mesma. As pessoas me conhecem e conversam comigo normalmente, aí depois quando sabem que eu tenho uma filha, já se sentem um pouco surpresos. Quando digo que minha filha tem 18, todo mundo se apavora e acha que é mentira. Tenho que dizer minha idade, e as vezes me pedem pra falar rápido o ano do meu nascimento, como se não fosse dar tempo de eu pensar”, diverte-se.
Com uma diferença de idade de 20 anos, Carol diz que a mãe faz parte do universo adolescente dela. Ela conta que Daniela adora participar, também, da sua vida virtual.
“Na internet minha mãe é a única (entre as mães dos meus amigos) que comenta minhas publicações. Meus amigos gostam bastante porque eles não têm isso, eles até bloqueiam as mães deles no Facebook”, conta aos risos. Sobre a diferença de idade, ela completa: “Até mesmo quando eu vou na academia com ela, as pessoas dizem que a gente parece ser irmã”.
Para a psicóloga Luciane Mina, a relação de amizade entre mãe e filhos deve ser cultivada sempre, até mesmo para não haver o tão temido distanciamento, que geralmente acontece quando chega a adolescência.
“Se essa mãe vem criando uma relação de amizade, de troca, de diálogo com o filho, ao longo do tempo não vai haver aquela distância. A melhor forma de criar um elo entre mãe e filha é estar sempre oportunizando situações, dialogar, saber ouvir. Tudo é colheita”, observa Luciane.
No entanto, as mães precisam estar atentas e ter cuidado para não confundir os papéis de amiga e de mãe, porque isso pode influenciar negativamente na crescimento e independência do filho.
“Participar, saber ouvir, estar envolto na vida do filho, isso é positivo, porém é importante que essa mãe saiba que é preciso ter limites. Eu posso ser amiga da minha filha, mas eu não posso confundir minha relação com ela. Filhos amigos a mãe vai ter um monte, mas mãe amiga é uma só. Você pode ser amiga da sua filha, mas primeiro você tem que ser mãe”.