Intervenção termina e deixa apenas uma policlínica funcionando para atender cuiabanos
A intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá termina deixando a atenção secundária desfalcada. Das 4 policlínicas existentes na Capital, apenas uma está em funcionamento, a do Pedra 90. Em julho deste ano, o Gabinete Estadual de Intervenção (GEI) fechou, de uma vez só, as policlínicas do Planalto e Coxipó, sob a justificativa de que os prédios passariam por obras de reestruturação. Porém, o ano terminou e em ambas as unidades as execuções caminham a passos lentos, contando com dois funcionários na primeira unidade e apenas um na segunda. Já a Policlínica do Verdão segue fechada há mais de dois anos, tendo seu interior ocupado por pessoas em situação de rua e a parte externa servindo para o comércio de espetinhos.
No dia 14 de julho deste ano o GEI inaugurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon, mesma data em que anunciou o fechamento das policlínicas do Planalto e Coxipó. Conforme o Estado, as unidades foram lacradas pela Vigilância Sanitária Municipal após inspeção que apontou mais de 100 irregularidades estruturais que colocavam em risco a saúde dos pacientes e servidores.
Na unidade do Planalto, a promessa é era que o prédio seria reestruturado para abrigar um Centro de Especialidades Médicas (CEM), para atender a população em diversas especialidades médicas. Porém, na última semana, cinco meses após o fechamento da unidade, a reportagem de A Gazeta esteve no local e encontrou apenas dois operários atuando na retirada de portais e armários antigos. Segundo os próprios funcionários, o trabalho no prédio teve início há duas semanas e, desde então, apenas a dupla segue atuando.
"Aqui vem paciente toda hora. Muita gente não sabe do fechamento e há aqueles que chegaram há pouco tempo na cidade, que usam aplicativo de GPS que também acaba direcionando para cá", disse um dos trabalhadores.
A fala do operário foi confirmada pouco tempo depois, com a chegada de Lucineia Ramos Almeida, 36. Mãe de Bruno, 12, que estava com diarreia e febre há dois dias. "Eu moro no Tancredo Neves, mas estava na casa da minha mãe no Novo Mato Grosso quando ele começou a passar mal. Não sabia do fechamento", contou.