“Infraestrutura não é gasto”, diz Fagundes ao cobrar recursos para Mato Grosso
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O senador Wellington Fagundes (PL-MT) participou, nesta sexta-feira (19), da última reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e fez uma defesa firme do reforço de recursos para a infraestrutura rodoviária, com atenção especial às demandas de Mato Grosso. A discussão ocorreu antes da votação do orçamento em plenário, após passar pela análise da comissão.
Durante sua manifestação, Wellington destacou que o Brasil é um país essencialmente rodoviário, responsável por cerca de 62% do transporte de cargas e 95% do deslocamento de passageiros, mas que convive com uma malha viária majoritariamente precária, com apenas 12,4% das estradas pavimentadas. Segundo ele, os cortes e contingenciamentos no orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) comprometem obras estratégicas, aumentam custos logísticos, reduzem a competitividade e colocam vidas em risco.
Wellington Fagundes alertou que, após um período de maior investimento entre 2019 e 2022 e um alívio pontual em 2023, o orçamento destinado à infraestrutura voltou a cair em 2024 e 2025, ficando abaixo de R$ 12 bilhões. “Para 2026, a situação é ainda mais preocupante. Temos dados do relatório setorial do Congresso indicando redução de 32,6% em relação a 2025 e de 57,6% na comparação com 2024. Enquanto isso, a gastança do governo continua”, afirmou o parlamentar.
Fagundes destacou que Mato Grosso é um estado estratégico para o agronegócio nacional, pontuando que mais de 60% do transporte de cargas depende das rodovias. Ele citou como exemplo a BR-158, no Vale do Araguaia, onde a pavimentação do contorno da Terra Indígena Marãiwatsédé segue sem avanço por falta de recursos. Também mencionou obras com dotações consideradas insuficientes no Orçamento, como os contornos de Barra do Garças e de Cuiabá, além de trechos das BRs 158 e 242.
O senador também chamou atenção para o impacto humano da falta de investimentos. Apenas em 2024, mais de 73 mil acidentes foram registrados nas rodovias federais, com mais de 6 mil mortes. Entre 2016 e julho de 2025, os acidentes geraram um custo econômico estimado em R$ 149 bilhões. “Infraestrutura não é gasto, é investimento. Investimento que salva vidas, gera empregos e fortalece a economia”, afirmou.
Como presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), Wellington Fagundes defendeu a necessidade de mais de R$ 250 bilhões em investimentos para recuperação, adequação e construção de cerca de 32 mil quilômetros de rodovias sob responsabilidade do DNIT em todo o país.
Ele finalizou com um apelo direto aos membros da CMO e ao relator-geral do Orçamento para que atendam as emendas de bancada e de comissão destinadas à infraestrutura, especialmente para estados estratégicos como Mato Grosso. “Sem reforço orçamentário, continuaremos convivendo com obras paralisadas, rodovias precárias e oportunidades perdidas. Investir em estradas é investir no desenvolvimento e no futuro do Brasil”, concluiu.