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Bem vindo ao Visão Notícias - 15 de Dezembro de 2025 - 14:24

GERAL

Homem que arrancou coração da tia é internado pela 2ª vez em hospital psiquiátrico de Cuiabá

15 de Dezembro de 2025 ás 12h 22min, por g1 mt
Foto por Portal Sorriso

Lumar Costa da Silva, de 34 anos, que matou e arrancou o coração da própria tia em 2019, foi internado pela segunda vez no Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho (CIAPS), em Cuiabá, nesse domingo (14). A nova internação ocorreu após ele se envolver em um suposto episódio de violência doméstica contra uma mulher, em Campinas (SP).

Além disso, segundo a Justiça de Mato Grosso, há indícios de agravamento do quadro de saúde mental e de interrupção do uso da medicação prescrita.

Em junho deste ano, Lumar havia recebido alta médica e passou a morar com familiares em São Paulo. À época, a Justiça determinou o cumprimento de medidas de segurança, com acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Campinas (SP).

Conforme a decisão, apesar do diagnóstico de transtorno mental crônico e da periculosidade atribuída ao paciente, a condição clínica permitia manejo fora do ambiente hospitalar, desde que houvesse acompanhamento contínuo por uma equipe multiprofissional.

O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado, à época, André Ribeiro, classificou o rapaz como ‘repugnante, monstro e perturbado’.

De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho de 2019 para morar com a tia. No mesmo dia, ele entregou currículos na cidade. A família dizia que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.

Ele era usuário de drogas e começou a usar entorpecentes na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho. A família arranjou uma quitinete para ele e o rapaz se mudou da casa.

Lumar prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.

Oito dias depois ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop. Durante a transferência, Lumar foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.

Laudos psiquiátricos

 

Um laudo entregue à Justiça em 2020 apontou que o sobrinho que matou e arrancou o coração da tia tem transtorno afetivo bipolar e não possui condições de viver em sociedade.

Um segundo laudo foi elaborado. No entanto, a Justiça considerou que foi uma "cópia do primeiro" e também não apresentou a conclusão e nem respondeu aos questionamentos do magistrado. O documento sugeriu que Lumar poderia ter uma patologia, destacou que o profissional de saúde que o acompanha na custódia poderia ser mais preciso no diagnóstico.

O terceiro laudo é do médico psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti. Ele diz que, segundo as diretrizes da 5° edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o homem possui características de Transtorno Afetivo Bipolar.

"Um comprometimento com humor expansível, autoestima grandiosa e atenção a atividades exacerbadamente aumentadas em um período onde apresenta-se mais loquaz que o habitual, seguidos por um período onde há a presença de um humor deprimido associado a sentimentos de inutilidade e pensamentos de morte caracteriza a doença Transtorno Afetivo Bipolar tipo I", diz trecho do laudo.

Segundo o exame, nos vários tipos do transtorno bipolar, há comprometimento do juízo, da crítica e do autocontrole do paciente. Além disso, podem ser observadas alterações ligadas ao aumento de impulsividade, podendo ter um comportamento incisivo e agressivo.

Lumar relatou ao psiquiatra que fazia o uso de substâncias psicoativas como o LSD. Pacientes que possuem esse tipo de transtorno e faz o uso dessas substâncias têm 10 vezes mais probabilidade de cometer crimes violentos em comparação com a população geral.

"Não restam dúvidas que o periciando padeça de Transtorno Afetivo Bipolar, conforme descrito anteriormente. E é inevitável considerar que o fato do periciando ter feito uso de substancias alucinógenas no dia do crime contribuiu para agravamento do quadro do humor e desenvolvimento dos sintomas psicóticos relatados", diz a conclusão do laudo.

De acordo com o laudo, Lumar necessita de tratamento psiquiátrico por tempo indeterminado.