Nível do Rio Paraguai quebra novo recorde de seca e fica mais de um metro abaixo da média em MT

Com 35 centímetros de profundidade, o Rio Paraguai, no trecho de Cáceres, a 250 km de Cuiabá, bateu um recorde histórico nesse sábado (21) e atingiu o nível mais baixo de água dos últimos dois anos. De acordo com o Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, da Marinha do Brasil, o nível esperado para esta época do ano é de 1,54 metro, ou seja, o rio está 1,19 metro abaixo do nível adequado.
Conforme um levantamento da Marinha, a última vez que o nível do rio esteve tão baixo foi em 2021, quando a profundidade do rio chegou a 26 centímetros, sendo que o normal seria de 1,30 metro, na época.
Imagens registradas no local mostram bancos de areia e pedras no leito do rio, devido ao baixo nível de água. Já em outra área do rio, ainda dentro do trecho de Cáceres, é possível ver uma casa construída sobre palafitas, projetada para elevar a habitação e protegê-la da inundação. No entanto, o nível do rio está tão abaixo do esperado que é possível ver um caminho de areia que vai da casa até a mata.
Segundo agentes fluviais, a presença de bancos de areia no curso do rio representa um perigo iminente para os navegantes, uma vez que essas formações dificultam a navegação, especialmente para embarcações de grande porte, que necessitam de um maior volume de água para evitar o encalhe.
Outro recorde
No dia 5 de setembro, o Rio Paraguai, no trecho de Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, atingiu um recorde histórico de seca, atingindo 26 centímetros de profundidade. O nível ultrapassou os registros de 1967 e 2023, quando o nível médio do rio atingiu 28 centímetros, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Governo Federal.
De acordo com o SGB, ao longo dos 1.693 km em território brasileiro, o Rio Paraguai é monitorado por 21 réguas. No entanto, 18 dessas estações indicam níveis de água inferiores aos esperados para o período, com três delas registrando marcas abaixo de zero. Essa situação crítica, que se estende por boa parte do curso do rio, reflete a gravidade da seca que atinge a região.