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Bem vindo ao Visão Notícias - 28 de Março de 2024 - 17:17

SEM ARMAZÉNS

Produtores rurais enfrentam déficit de armazéns para safra de milho em MT

22 de Julho de 2022 ás 11h 06min, por Bruno Bortolozo
Foto por Wellington Nascimento/TV Centro América

A capacidade de estocagem de grãos está menor do que aquilo que é produzido no Mato Grosso. Sem espaço, alguns produtores rurais estão recorrendo à armazenagem do lado de fora dos silos temporariamente para não perder a produção.

Isso acontece porque nesta safra a comercialização da soja está um pouco mais lenta e, com a antecipação da colheita do milho, os armazéns ficaram cheios.

Para o produtor rural Silvano Filipetto, a colheita de milho foi finalizada em Sorriso, no médio-norte do estado. Parte da produção precisou ficar guardada em um silo próprio.

"A gente produz aproximadamente entre 160 a 180 mil sacas de milho. Nós conseguimos armazenar 35 mil. Então, a nossa capacidade de estoque de milho é um quinto da produção. O que a gente faz aqui na fazenda é um verdadeiro malabarismo", contou.

Quando a colheita começou, Filipetto já tinha vendido toda a colheita da soja na safra de verão e o armazém estava livre para receber o cereal, que vinha apresentando boa produtividade com uma média de 140 sacas por hectares, o que representa 55% a mais do que no ano passado.

Segundo ele, o trabalho também estava mais rápido, uma vez que a colheita iniciou 15 dias antes do previsto. Com isso, ele precisou buscar outros armazéns para continuar guardando os grãos sem parar a produção.

"Plantamos cedo, colhemos bem e houve esse problema 'bom', porque temos mais milho do que a nossa capacidade, temos mais do que vendemos. Mas chegou um momento em que tive 50% da minha colheita e não havia mais espaço. Então, liguei para alguns armazéns da cidade e nem eles não tinham mais espaço também", disse.

Nesta temporada, o estado deve terminar com uma produção acima de 80 milhões de toneladas de grãos de soja e milho. Contudo, a capacidade de armazenamento em Mato Grosso é menos da metade disso.

Para evitar deixar os grãos a céu aberto, Filipetto buscou uma saída alternativa.

"Eu tinha um pedido de produtos de uma empresa e negociei o valor em grãos. Aí fizemos uma oferta no preço do milho, eu aceitei e levei os grãos para eles, em vez de pagar em dinheiro", explicou.

Nem todo mundo, porém, teve a mesma sorte. Com a comercialização da soja sendo vendida de forma mais lenta, os armazéns continuaram cheios em algumas fazendas.

É o caso de uma cooperativa em Sorriso, que representa mais de vinte famílias de produtores da região. A capacidade de estoque é de 120 mil toneladas de grãos. Dentro dos silos ainda tem cerca de 60 mil toneladas de soja.

Para o diretor-executivo da cooperativa, Anderson Oro, a qualidade foi prejudicada para a exportação.

"Como esse ano o produto não tem tanta qualidade para a exportação, pelo menos no médio-norte, a indústria acabou comprando e fazendo o cronograma dela com a soja armazenada", disse.

Cerca de 90% do milho produzido é levado para as usinas de etanol da região. Os embarques serão feitos até dezembro deste ano, com objetivo de escoar a soja até agosto para guardar o milho dentro dos silos.